29 outubro, 2014

PROJETO: MINIMA MORALIA NACIONAL - Materiais para uma teoria do protofascismo brasileiro

O tempo sombrio pós-eleição gera uma onda, não, um mar conservador. Tempo para realizar uma espécie de MINIMA MORALIA NACIONAL. Estilo do original: micrologias da vida mutilada em fase de individualismo neoliberal radical e estupidificação em série. 


0- Vamos contabilizando as vagas sucessivas de racismo e violência contida. É por um fio. Esse país infelizmente vai se revelando o que sempre a teoria crítica apontou que seria o caso no regime da mercantilização integral: é proto-fascista.
O Clássico:

I- "A lucidez e a estupidez da pequena burguesia.
No geral imperando agora um clima de histeria juvenil, preconceito e ignorância social e política, extremando em irracionalismo que não sabe pensar nos números e nas forças reais em jogo. Querem gozar a vida mas sabem inconscientemente que fracassarão diante do mercado de trabalho acirradíssimo da concorrência suicida global. A piada de emigrar para Miami ou Orlando, a terra do Pateta, é o seu imã, aquilo que os atrai e os repele: sabem que lá a sua chance de "vencer" seria mais reduzida e que perderiam os privilégios que aqui possuem como verdadeiros aristocratas. Daí é fácil fazer a operação mental: pôr a culpa no "governo" -- como se o de Aécio não tivesse prometido cortes para salvar apenas os lucros da burguesia e sucatear mais uma vez os serviços públicos --, o primeiro agente que eles percebem como alheio, estranho, demoníaco, como representante do capital global. Erram o alvo ao personalizar o capital num governo, mas falta-lhes totalmente a mira do conceito fornecido pela velha crítica da economia política".

II- 
Um líder da direita "informal" conclamando ao enfrentamento da nação contra a raça petista e por suposto: esquerdista socializante, improdutiva, o homo sacer exterminável. Fala limpa, fria, ódio calando fundo, no olhar assassino e nos dentes à mostra.
Enquanto isso "Vejo" isso diariamente nos ambientes paulistanos: o mainstream vai absorvendo desses grupos todo o vocabulário macarthista da guerra fria e neocon republicano estadunidense. Mistura de pensamento conservador, ultra-neoliberal, moralismo puritano e punitivo e demência proto fascista.




III- Sobre a crise hídrica invisível e por fim "inexistente".
Escrevam aí: isso não vai dar em nada. E mais isto: não vai ter crise hídrica em São Paulo. Entendam bem:pelo menos não para a classe dos abastados, que tem poços, compram caminhões pipa e aguentarão o tranco do caos inflacionário e do desemprego por um bom tempo. Com a ajuda da mídia isso não vai incomodá-los em nada. A não ser que bater na economia deles, o que não é totalmente certo ainda. Por outro lado, a crise será adiada até o ano que vem, pois aí virão as chuvas de novembro e dezembro. Lá pro meio do ano que vem os pobres aguentarão um racionamento espartano, com sentido de solidariedade e até de missão -- tudo com resignação ou muita bomba de gás lacrimogêneo.
A mídia irá fazer o trabalho perfeito dessa vez. E o PSDB ainda vai sair com a aura de ótimo gestor de uma crise da água em São Paulo. Alckimin será o campeão e pegará com Serra o trampolim para a presidência.
Parece brincadeira. Mas é o que eu sinto: a classe média encontrou finalmente o seu partido e a sua forma perfeita de governar: blindagem midiática, moralismo seletivo, capa falsa de tecnicismos e austeridade com os gastos, numa suposta gestão eficiente, lucrativa e parceira da iniciativa privada, enquanto na essência, o saque das contas públicas e dos recursos comuns. Em caso de merda coletiva irrecusável, resta delegar cinicamente a culpa para a instância federal ou para um fenômeno natural qualquer.

IV- Um relato de estupro por Aecistas.
 Não ia me pronunciar por aqui, pois achava que era muita exposição, e de fato é. Mas o caso se agravou, e deixou de ser "meramente pessoal" para ser uma causa coletiva, no qual envolve uma luta contra o machismo, racismo e xenofobia. Além de envolver divergências políticas.
O ocorrido foi a pouco tempo, pouquíssimo mesmo. Estava na Bambina, quando me deparei com uma mulher discutindo as eleições com três caras pró Aécio. Esses caras, alias escrapulos , vomitaram um discurso machista em cima da mesma, no qual eu tentei intervir.
Por acaso, outras pessoas tentaram intervir também, e uma delas era um homem com barba, no qual foi chamado de merda por "ser" Fidel Castro, me irritei mais e sim, fui agressiva. Mandei os três opressores tomarem no cu, em alto e bom som.
Já saturada de discutir e decidi ir embora do local. Estava indo pra casa do meu companheiro, mas fui abordada por um desses três caras perto de um dos pontos de ônibus da São Clemente, e fui agredida verbalmente com um imenso discurso asno de patriarcado.
Quando tentei me livrar de todo aquele vômito verbal e continuar seguindo minha rota, o mesmo não deixou eu prosseguir, me segurando a força. Os outros dois caras chegaram e se juntaram, para me violentar.
Fui arrastada prum beco, no qual me empurraram contra a parede e dissertaram frases sem sentido como "voces mulheres são geneticamente incapazes de entender politica e por isso o Brasil está uma merda. Porque a presidente é mulher".
Apesar das agressões físicas, continuei rebatendo e me impondo, até que pegaram minha bolsa e pegaram todo o meu dinheiro que era pouco, picotaram e tentaram enfiar a guela a baixo, dissertando "ué voce nao é anarquista ?".
Após isso me violentaram de vez, se é que me entendem, chegaram a picotar minha blusa. E disseram duas coisas que eu nunca esquecerei, a primeira foi: "nós eleitores do Aécico, só votamos nele pelos nossos interesses, sim é egoísmo", e a segunda foi: "estamos fazendo isso com você, pois é nosso discurso, alias politica se ganha na força e não com intelecto, e mulher só serve pra ficar na cama "
Ou seja, foda-se a população e voltemos aos tempos arcaicos do machismo MOR hahahahha, sim pra mim chega a ser comico, lembrar dessas frases, mas apesar de cômico, é recordado com MUITA dor !
Por sorte, quando estava no IML (Instituto Médico Legal), meu companheiro enquanto eu estava fazendo os exames, abordou duas mulheres que estavam na DEAM (Delegacia da Mulher) no mesmo tempo que nós, e percebeu que a descrição dos caras era a mesma.
Uma dessas mulheres Andréa Fidele, teve seu colo e uma parte de sua coxa chutada, por um dos caras, só por estar com um adesivo da Dilma, por ser negra e nordestina. Isso por volta de umas 1 a.m em Santa Teresa, no qual ele foi expulso do local. Por volta das 3:30 a.m fui violentada e estuprada por esses mesmo caras em Botafogo.


V- Roda viva pós-eleição: augusto nunes - o oligofrênico editor de veja - comandando o debate sobre as eleições. Em pauta as razões do fracasso de Aético e do Psd B e vitória de...
Pois bem, segundo a turminha de amigos de veja: o quê, cuma?, que fracasso?
Enquanto isso, o vocabulário inteiro da veja-globo vai sendo desfiado: mensalão, petrolão, fracasso de dilmão-sargentão à vista, miriam leitão é que entende de economia etc.
Na cúpula dos ideólogos, a mesma denegação e recusa fetichista da realidade da caixa baixa nas ruas. Na visão deles é o oposto: uma elite de gente entendida nos assuntos dos mercados assiste às reviravoltas cegas da democracia popular que elege uma máfia corrupta, estúpida e "inepta" (segundo Constantino). Os experts x os ladrões.
Vasilenskas tem razão: os figuras estão forçando a venezuelização do Brasil.

VI- A política do pão - e do circo involuntário.
"O Pensamento que se autodemole e ri de si próprio. Aécio não só prometia ampliar como reajustar os valores da assistência social. Afinal 3 ou 4% do PIB é um valor irrisório dentro do todo, barato demais e aliás feito na medida para quem prometeu cortar gastos estatais até o osso e fazer restar apenas o "mérito", enquanto, na surdina, finalmente, botaria de lado a política social distributiva dos bancos públicos. E enfim, todos sabem: o programa é um sucesso até mesmo no terreno econômico, já que multiplica cada 1 real por 1,70.
Não assim para o pensamento conservador que vê nisso tudo apenas o cabresto, a marionete do poder: será que essa turma já parou para pensar no ridículo: boa parte de quem votou em Aécio votou porque ele prometia justamente ampliar o programa e reajustar os valores? Quem é a marionete mesmo? O pão foi dado, o circo fica por conta dessa gente superinformada por memes e reportagens da revista semanal estrondosa"

VII-Largest Nazi March in Years in Cologne, Germany, Using ISIL Terror to Recruit; Cops Let them Attack Antifa
Over 4,000 nazis organized a march to promote their ideology in Cologne, using ISIL terror as motivation to gather more supporters for “white christian Europe”. It was the biggest nazi rally in years in Germany.
They attacked people and anti-fascists counter-protesting to warn against them using ISIL extremism so they can inflict their terror on non-whites in Europe.

VII- Mensagens de ódio cresceram 342% no segundo turno, turbinadas por grupos de extrema direita
A teoria que devemos consolidar: o tsunami "protofascista" brasileiro tem causas estruturais. Depois de duas semanas os efeitos passam e a onda baixa, mas não desaparece a estrutura.Na comparação com 26 de outubro de 2013, aumento nas denúncias chegou a 662,5% (http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/politica/eleicoes-2014/noticia/2014/10/mensagens-de-odio-cresceram-342-no-segundo-turno-turbinadas-por-grupos-de-extrema-direita-4629883.html) 

IX- Unidos para um colossal desastre -- Vide:.www.saopauloindependente.org --, sabendo muito bem do que se trata, sem medir nem forças nem consequências de seus atos, exatamente tal como Adorno percebeu a ascensão do poder nacional socialista alemão. As pessoas negligenciaram a ascensão de Hitler até que o ovo da serpente foi chocado e deu a luz ao monstrengo histórico. Quem não me diz que isso não parece ainda germe de uma espécie de "fascismo à paulista"?
Eis a morfologia de de uma simples crise de sucessão política. Imagine tudo isso precipitado numa crise mundial. A emancipação será o fruto da resistência de milhares de pesssoas lutando em milhares de frentes: crítica, prática, combate ao fascismo.
65 mil inscritos para o regionalismo separatista imaginário, que vai dar em nada, como sabemos. Unidos ironicamente para lamber as bolas do governador que vai mandar os cachorros pra cima se estourarem alguma vidraça. 


X-

UOL põe no ar chamada com Aécio eleito: virada inédita” http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/radar-da-midia/uol-poe-ar-chamada-com-aecio-eleito-virada-inedita/

Sede de virada, sede de vingança. Vingança contra o outro: o modo como o ethos da autoconservação na concorrência social global é internalizado e projetado nos vencedores de um pleito, rebaixando-os a párias sociais, os párias que supostamente os impede de continuar triunfando em sua perpétua esteira de rolagem no laboratório empresarial global qual ratos, só que párias de classe. Virada inédita seria apenas a emancipação dessa esteira. (Para as Minima Moralia Nacional).

XI- 
Para quem não viu esta aqui. (http://www.viomundo.com.br/politica/leitura-obrigatoria-para-os-que-nao-se-conformam-com-vitoria-de-dilma-nordeste.html)

O gigante acordou sim. É o gigante que resta da ditadura: ele está nas casas, nos carros, nas redes, e principalmente --- trabalhando para fazer mercadorias abstratas nos escritórios e fábricas.


XII - Terrorismo antes e depois da eleição: reação conservadora. 
A mídia monopolista vai cercando o terreno. Tal é a forma clássica de travar aquilo que fazia tempo guardávamos no baú de nossas lembranças teóricas, e que certamente deve ser usado com cuidado: a luta de classes.
Não temos de ter medo da divisão de classes. Mas é preciso saber fazer bem o corte para não ferir as alianças necessárias com setores progressistas. Vale constatar que os de cima, como disse antes, que já estão preparados e armados: com esse congresso a direita praticamente impedirá todo avanço. A burguesia e seus ideólogos já perceberam isso, só a classe média ainda não percebeu: venceu o PT e a esquerda com o congresso e esses governadores conservadores (6 por meia dúzia é o nome de uma manchete do estadão que escarnece do presente como se tivesse esquecido de que ama que nada mude mesmo, hehe). E claro, podemos em breve esperar uma forte campanha de impeachement.
Enquanto isso, a esquerda sai, medidas bem as palavras, em frangalhos. Só poderia trazer parte da classe média para si se conseguisse romper a ideologia neoliberal e meritocrática - missão quase impossível enquanto a crise estrutural no centro não der mais uma vez os sinais de que veio para ficar. Enquanto isso, devemos apontar as consequências de seu elitismo nos preconceitos que vem emitindo apontando a meritocracia como doutrina suicida de quem se deixa embutir na salsicharia da concorrência global. Mas o pior no Brasil é que nem mérito é, é privilégio, herança, esbulho social renovado.


XIV - Grande texto: Obrigado, direita!
http://jornalggn.com.br/noticia/obrigado-direita-por-rafael-castilho 

XV- A direita estúpida mas metida, sem remoques:http://www.viomundo.com.br/politica/rodrigo-constantino-propoe-divisao-brasil-em-dois.html

XVI- Coronel Telhada e o Separatismo paulista http://noticias.r7.com/eleicoes-2014/apos-vitoria-de-dilma-coronel-paulo-telhada-do-psdb-pede-independencia-do-sul-e-do-sudeste-29102014 

XVII-Câmara derruba o decreto dos conselhos populares -- como era previsível.
Impossível quebrar o poder oligárquico no Brasil.
Congresso velho, conservador? Imagine com o novo, que é pior ainda. Uma boa notícia pelo menos: a Onda conservadora natural vai destruindo os sonhos até dos reacionários que imaginam que precisaria surgir uma intervenção militar para eliminar uma medida política democrática dessas.

XVIII- China leva o seu chão de fábrica para a África: 

O horror do produtivismo chegando na África. É isso que a classe média moralista adora: produzir, trabalhar, acabar com a própria vida e a do outro no trabalho alienado.

XIX -
 


XX- Aécio vence... em Miami ou na Suíça. De fato, ele é a cara de Miami ou Suíça, com seus paraísos fiscais e seus bancos-sombra, nunca a do Brasil real, de carne e osso. Uma figura de puro marketing.
A notícia é um resumo de um Brasil polarizado (nome que a mídia elegeu para nomear conceitualmente a luta de classes) entre a elite (e grande parte de uma classe média alienada e hegemonizada pela ideologia neoliberal, que sonha em pertencer à elite) e o povo de humilhados e ofendidos.

XXI - 
A falta da política no debate moral do sbt
Debate tenebroso e de baixíssimo nível (já ia dizer que digno da casa do Silvio Santos, rs.)
A estratégia de aecio é bater sempre no tema da corrupção e da ineficiência para atingir Dilma diretamente. Dilma rebate e desce o nível para o aeroporto do tio, o nepotismo da irmã e dos parentes, das rádios, do teste do bafômetro (q tema tosco!).
Aecio se sai muito bem dizendo que o que interessa são as virtudes públicas. A la Mandeville: vícios privados, virtudes públicas.
Ao final, depois de muita mentira a respeito do governo mineiro, que Dilma pouco conseguiu rebater, ele se saiu bem com as promessas de "profissionalizar" o Estado e a gestão, com honestidade, lembrando ainda que os tribunais não julgaram o PSDB porque "não tiveram provas" suficientes (nessa hora, dá vontade de correr, eu sei) . É isso que o povo, principalmente a classe média, criada dentro do recente imaginário meritocrático e neoliberal, quer ouvir.
Um paradoxo então se forma:
Quem mais deveria enfocar a vida pública, cai no privado, e quem defende o moralismo com vícios privados acaba como campeão da moral e da boa política.
Em suma, erro de Dilma e do PT: ao invés de focar a política e a economia, descer ao nível do privado, no limite da insignificância. Nenhum questionamento substancial a respeito de privatizações ou política externa, reforma agrária ou crescimento econômico de seu oponente.
Esperteza de Aécio e PSDB: enfocar o público e o político, mesmo que suas virtudes públicas, morais e políticas sejam uma lástima.
Com isso, percebemos em que furada estamos: um privatista ao velho modo da casa grande se torna a cara do povo e promete um governo da integração nacional. E o partido de representação da massa trabalhadora regride e praticamente foge dos grandes temas da crítica social e histórica do Brasil, dando o sinal de esgotamento de seu projeto de poder alienado das bases populares efetivas.

XXII - Práxis no tempo da urgência
Previsão antes da eleição. 
Já é possível imaginar o cenário nacional pós-eleição. Posso estar enganado, mas a ingenuidade é imaginar que tudo ficará dentro da normalidade.

Se o playboy oligarca de Minas vencer podemos antever uma onda triunfal da direita conservadora. Um novo desrecalque de ódio e preconceito de classe, que pode variar no tempo e no espaço: a tomada imediata das ruas por clamores vingativos, seguida nos próximos meses por uma grande campanha de impeachment, reverberando ideologicamente os símbolos nacionalistas da massa coxinha de junho, enquanto a esquerda e os movimentos sociais terão sorte se não forem acusados, perseguidos e criminalizados em bloco junto com a "esquerdalha" corrupta. Um passo perfeito para o terrorismo midiático dar o troco e novamente legitimar, como em junho, a polícia escorraçar tais movimentos das ruas, principalmente nos próximos meses de caos hídrico em São Paulo.
Se o tucanato perder é difícil dizer o que poderá acontecer. Merval Pereira já falou duas vezes em crise institucional e impeachment. Sem dúvida, uma outra onda conservadora irá se formar, mas agora limitada e dirigida contra os petistas, resultando no pedido de impeachment por parte das forças concentradas da oposição. Diferentemente de companheiros petistas não ponho a mão no fogo por eles e seus líderes, além do que provas ou teorias sobre provas especulativas também se forjam. Se nada for provado, porém, a revista e o canal de tv associado sairão queimadíssimos mais uma vez, e será a vez de o novo governo propor uma nova lei da imprensa, uma nova política de comunicações via democratização de verbas e canais alternativos. Será para eles uma espécie de morte por sufocamento, pois dependem muito das verbas bilionárias da propaganda oficial.
Em ambos os quadros, a esquerda não governista e antipetista (por motivos inversos aos do social-darwinismo da oposição) terá de se aliar para combater a ideologia conservadora e neoliberal que se difunde rapidamente pela sociedade, na esteira da globalização e de sua crise fundamental. Mas, se ela recair no erro de não explicitar a estrutura econômica autodestrutiva do capital subjacente às grandes questões sociais e ambientais, mais uma vez ela irá se perder na problemática moral ou comportamental, em que a direita se arroga o pedestal da santidade, desfechando o golpe no próprio queixo, soterrando a luta de classes que se esboça na presente divisão do corpo social.
A esquerda radical, anticapitalista, teria de reencontrar suas bases de massa na periferia, entre trabalhadores, estudantes, intelectuais, mulheres, negros, indígenas, pobres e excluídos em geral. Repetir o gesto de Marx: pôr um espelho diante das elites irresponsáveis, donas dos meios de produção e do consenso midiático, incluindo aí o Staff petista, refletindo não o céu da política, mas o chão da crise econômico-social e ambiental, que elas, as elites, não poderão se esquivar. O neoliberalismo triunfante precipitará a barbárie que havia sido acolchoada pelo modelo intervencionista. Gostaria muito de crer que este último, caso vencedor, só poderá vencer um congresso reacionário como o de 64 se topar realizar o aprofundamento de uma democracia popular capilarizada em mídias alternativas e no confronto com os monopólios e os latifúndios midiáticos, além dos rurais e urbanos. Uma coisa é certa: a normalidade está suspensa por tempo indeterminado. Tempo de práxis, urgente.





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