11 novembro, 2014

A imprensa a favor da privatização da Universidade Pública

Está aí a notícia do elitismo desavergonhado: "Folha de S. Paulo volta a defender cobrança de mensalidade na USP". (http://spressosp.com.br/2014/11/08/folha-de-s-paulo-volta-defender-cobranca-de-mensalidade-na-usp/)

No Tucanistão os serviços básicos como água, saúde e educação serão sucateados e praticamente privatizados ou de acesso individual conforme a renda. É um projeto de poder. Tem gente que aplaude. Tem gente que sai na rua em defesa desse governo.

Seu esporte é colocar a culpa no governo federal, ou no PT, mesmo desconhecendo as mediações históricas e econômicas do processo social. Passam no vestibular, são ótimos nas exatas, mas desprezam profundamente a dimensão histórica e sociológica dos problemas.

Mas eu não diria que são ingênuos. Por trás disso há uma espécie de vontade de ser elite, de duplo preço a ser pago para ser top. Um elitismo anticaipira quatrocentão, também localista e "acaipirado" ao seu modo, avesso aos direitos sociais fundamentais e a toda noção de igualdade de fato ou até de condições, que quer excluir definitivamente as camadas médias e pobres dos cursos visados pelas elites. Cursos que, aliás, é o mercado quem escolhe por elas, e gera sofrimentos imensos em seus alunos pela falta de sentido em todo o percurso universitário (sem verdadeira universalidade).

O que pensar? Para nós, talvez, mais um caso gritante de masoquismo histórico. Mas tudo bem, para a classe média em geral nunca se tratou de outra coisa: o que importa não é ser pisado e eventualmente esmagado pela concorrência, mas pisar em alguém, com alguma honra ao "mérito". Continuarão fiéis ao governador e a seu partido. Pois em São Paulo a hegemonia deles se tornou quase total. 
Bob Klausen

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