tag:blogger.com,1999:blog-13515084.post113873344444482401..comments2023-10-17T05:34:41.427-03:00Comments on O Militante Imaginário: A NOVA MÚSICA DE SUBSOLO (do punk ao pós-punk e novas derivações)Unknownnoreply@blogger.comBlogger10125tag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-32978873739806301952009-11-18T11:59:05.335-03:002009-11-18T11:59:05.335-03:00Who knows where to download XRumer 5.0 Palladium? ...Who knows where to download XRumer 5.0 Palladium? <br />Help, please. All recommend this program to effectively advertise on the Internet, this is the best program!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-71200260714439800392008-12-01T11:38:00.000-03:002008-12-01T11:38:00.000-03:00Sei que serei muito repetitivo neste comentário, m...Sei que serei muito repetitivo neste comentário, mas queria atualizar a discussão. <BR/><BR/>Concordo com o amigo Rock marciano quanto ao mal-estar existente nesse meio underground urbano. É o mesmo mal-estar que encontramos quando vamos a um cinema alternativo, por exemplo. A música apenas reproduz as condições contraditórias e desprovidas de sentido em que a sociedade moderna se encontra. Não poderia ser diferente.<BR/>O que traz a música então, para esses mais abastados da classe média, já que não traz de fato a crítica? Por que as ouvem? A apatia conformada? A música não é em si uma prática social? E aos menos favorecidos, resta a música mercadológica do mais baixo escalão?<BR/>Acho que com o tempo o experimentalismo-de-classe-média vai se adequando aos que querem fazer dele um altar espetacular de 'bom gosto', de diferencial entre os demais. E o experimentalismo verdadeiro, o de sempre buscar sonoridades e letras que tragam de alguma forma pra prática as alienações cotidianas que nos envolvem se tornará mais possível onde a realidade for percebida de forma coerente (coerência localizada, diga-se) pelo seu interlocutor. Talvez essa sensação da crítica viciada e elitista da música seja consequência da assimilação ideológica que atua muito rapidamente, e talvez de forma inconsciente pra quem a realiza, mas que pode ser melhor percebida por um expectador externo. Talvez nós, da periferia, que de alguma forma temos um gosto musical um pouco diferente dos nossos amigos, sejamos vistos por estes como elitistas, internacionalistas e esnobes. É a crítica à forma como essa música se apresenta...<BR/> <BR/><BR/>Cláudio, posso postar esse texto numa comunidade do orkut (experimental/etc)? Pra excitar a discussão... Boto fonte e tudo mais. Abraços!Regishttps://www.blogger.com/profile/00198629129361883140noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-13260525103609156802008-01-15T09:07:00.000-03:002008-01-15T09:07:00.000-03:00Considero justas a maior parte das considerações, ...Considero justas a maior parte das considerações, principalmente ao compreender o tipo de distinção que está sendo feita no texto entre punk e pós-punk. Mas tem um ponto que não me agradou.<BR/><BR/>Vejo o rock progressivo como algo muito mais heterogêneo do que King Krimson ou Gentle Giant, e principalmente um estilo que não se resumia a retratar 'contos de fadas' em suas letras. Fica complicado fazer uma redução simplista dessas. Dá pra pegar vários discos do Pink Floyd que são fenomenais mesmo quando analisados sob angulos mais inusitados, e que tem claras mensagens críticas, inspirações Orwellianas nas letras e tudo mais. Até mesmo o King Krimson, que você retratou como um dos representantes dos contos de fadas do rock progressivo tem um trabalho difícil de classificar, com variadas intenções.<BR/><BR/>No final das contas, muitos discos de bandas como Yes, King Krimson, Emerson Lake & Palmer são viagens surrealistas que durante sua época conseguiram tecer uma 'bandeira' um tanto 'utópica' ao rock progressivo. Podemos dizer que as bandas como Yes e King Krimson contam seus 'contos de fadas' (não no sentido literal da expressão) em suas letras somente para metaforizar utopias quase que inconscientes, enquanto que as bandas de metal atreladas ao medievalismo propagam contos de fadas dando atenção somente ao caráter fantasioso ou místico/mítico do termo.<BR/><BR/>Levando em conta a época em que tais bandas (do progressivo) atuaram com mais vigor, e as aspirações que compunham o imaginário de seu respectivo público (que era relativamente grande), eu interpreto dessa forma.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-77939399220077694392007-08-31T13:47:00.000-03:002007-08-31T13:47:00.000-03:00Este comentário foi removido pelo autor.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/00587219566004950658noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-1144703066452793902006-04-10T18:04:00.000-03:002006-04-10T18:04:00.000-03:00Ale, se você ler novamente o texto, verá que não s...Ale, <BR/><BR/>se você ler novamente o texto, verá que não sou maniqueísta, acho pontos negativos mesmo no que considero melhor, e que seleciono muita coisa boa dentre o lixo do pós-punk, p.ex., não me refiro a todos do gang of four, mas aos melhores, os primeiros três discos, e assim por diante. <BR/><BR/>Não disse que tais bandas sejam "anticapitalistas" etc. Mas o contexto europeu sugeria algo assim, guerra fria, desemprego, politização socialista etc. Eu disse que na forma artística, muitas delas, as melhores, nos melhores discos e nas melhores músicas (questão de gosto pessoal mas também com um mínimo de objetividade), apontam para uma música mais livre e menos moldada INTERNAMENTE pela forma da mercadoria. Fazem música mais complexa, reflexiva, produtiva, não mais teatral. Rompem com certas facilidades. Sinal disso está na própria consciência: até nas letras tais bandas romperam realmente conscientemente com o sistema: vide clash, gang of four, fugazi, the ex, the au pairs, the pop group, scritti politti (que tem um monte de lixo) etc. Todas essas bandas fizeram música com maior amplitude, às vezes beirando o pop. Muitas foram reconhecidas como E não "estouram" por quê ? <BR/><BR/>Todas estão sujeitas ao mercado externamente. Mas só algumas romperam com a melodia e os modelos da indústria pop. Se isso virou fórmula, aí é que está o problema.<BR/><BR/>É só isso. A "gozação" é bem vinda quando não se puder respeitar o texto lido. Do contrário, a crítica pretensiosa é que se torna gozada, um pouco ridícula mesmo. Comparar faraquet a rush é ridículo (alguém que nunca escutou nenhum dos dois pode até dizer isso). Tortoise não é nada disso, apesar da aparência, não é jazz nem rock... etc. É para isso mesmo que servem aqui no texto noções como math rock e pós-rock, respectivamente. Há o novo surgindo, e isso há muito tempo. No fim vc coloca tudo numa mesma panela o que é material diferenciado.Cláudio R. Duartehttps://www.blogger.com/profile/06304460523432090556noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-1144364388063482912006-04-06T19:59:00.000-03:002006-04-06T19:59:00.000-03:00Ilustríssimo, não se magoe, mas entre as bandas do...Ilustríssimo, não se magoe, mas entre as bandas do pós-punk (que é um fenômeno inglês e que tem delimitação no tempo, me desculpa, não era uma escolha formal dos artistas, as bandas eram muito variadas) estavam incluídas o Killing Joke, o Shriekback, a Siouxsie, Ultravox, Cure, Specials, todo o gótico e XTC. Não sei o que você chama de experimentação pra englobar tudo isso.<BR/>Pós-punk não existe em si mesmo, não é a salvação da lavoura em meio a opressão capitalista que torna tudo parecido e fácil. Aliás, eu nem sei discutir nesses termos com você mesmo. Não conheço esses livros que você cita e nem acho que o rock seja música complexa, com esse significado que tem na música clássica, por exemplo.<BR/>Honestamente, não faço a mais remota idéia do que sejam esses termos que você usa, tipo dialética e estética mercantil. Você definiu com clareza, mas eu não vejo mal nenhum em uma música ser "fácil, banal, glamourizada, sem engenho". As bandas que você crê serem tão diferentes dos sex pistols não buscavam uma música difícil, desbanalizada. Sinceramente, se você mantém essa idéia de pós-punk como inimiga do punk, coisa que ela não é em absoluto, você tem que explicar as facilidades do primeiro disco do Wire, a paixão do The Fall pelo rockabilly e incluir gente que foi omitida aí como forma complexa, tipo o depeche mode, todo o neo-romantic, Dead can Dance, Bow wow wow, Durutti Column, A Certain Ratio, Young Marble Giant, Orange Juice, Human League e por aí vai (todas essas , bandas que eu gostei muito no período e gosto de algumas até hoje).<BR/>Não te conheço, mas você deve ser um cara muito inteligente. No entanto, não vejo nenhuma evidência palpável que justifique que essas bandas atuavam contra a banalização capitalista. <BR/>Por isso, só te peço uma coisa,sô, tenta escutar o mall do Gang of Four, o This is what you want do Pil, qualquer coisa do shriekback e o substance do New Order. Depois disso, se você continuar a acreditar no anti-comercialismo venal do pós-punk eu me rendo, talvez porque eu ache o pop estribadíssimo. Dúvido que depois de escutar esses sons você vai falar tão mal do gênero.<BR/><BR/>Quanto ao resto das bandas, sinceramente, não vejo como ruptura também. O Faraquet é tipo um Rush do hardcore, don caballero é heavy metal e o Tortoise é jazz rock, dos bons, mas não tem nada a ver com rupturas formais. Só pra não perder a gozação, o Spyro gyra é ou não é formalmente contra o capitalismo, logo, bom? O Frank Zappa? Tom Zé? Fripp?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-1142291891137885122006-03-13T20:18:00.000-03:002006-03-13T20:18:00.000-03:00Oi Alexandre, 1) salvo engano não me referi no tex...Oi Alexandre, <BR/><BR/>1) salvo engano não me referi no texto a nenhum "punk tradicional".<BR/>2) Sim, coloco punk e pós-punk em lados opostos e essa é a essência dialética do meu texto. Se não compreendeu o porquê, lamento muito. Experimentação e independência seriam conteúdos que explodiriam a forma da mercadoria -coisas que realmente só o pós-punk realmente começou a realizar. Gênero ? Eu não falei em gênero, eu falei em FORMA artística.<BR/>3) Não, o math rock não vem do progressivo, mas da própria continuação do pós-punk. Se você ouvisse realmente rock progressivo saberia que tais bandas parecem muito pouco com King Crimson ou Gentle giant. Os membros de bandas math na maioria tocaram em bandas pós-punk e pós-hc (ex. faraquet, shellac, don caballero etc.). A pegada é totalmente outra. <BR/> <BR/>Quanto ao B52 (um pequenino exemplo, bem delimitado, o dos primeiros discos, o que não significa muito no texto) - acho que é você que deveria comprar uns discos, não eu. Aliás, depois que você for menos afoito e aprender realmente a ler e analisar um texto de forma imparcial me escreva novamente. O resto é pura vaidade sua, no sentido literal: em vão, tudo vazio. <BR/><BR/>CláudioAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-1142284171985165162006-03-13T18:09:00.000-03:002006-03-13T18:09:00.000-03:00só pra completar, não é possível em falar de super...só pra completar, não é possível em falar de superioridade por experimentação. Senão abraça o Merzbow bicho. Além disso, essa conversa por gênero - aliás, como se pós-punk fosse gênero - é coisa de quem éstá mal-informado.<BR/>Depois que você comprar uns discos e não só citar bandas famosas, publica alguma coisa. Queria ver se o povo chutasse ao falar dessas merdas acadêmicas o chilique que não seria.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-1142283814008129972006-03-13T18:03:00.000-03:002006-03-13T18:03:00.000-03:001) Não existe punk tradicional2)o math-rock vem do...1) Não existe punk tradicional<BR/>2)o math-rock vem do rock progressivo, não do punk<BR/>3)No caso que você citou importa sim se é punk ou se é´pós-punk, você coloca uma contra o outro e um acima do outro.<BR/>4) Se o pop atual se parece com o B52, seria chatíssimo, sou mais a BeyonceeAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13515084.post-1138735421561673242006-01-31T16:23:00.000-03:002006-01-31T16:23:00.000-03:00At 30 Outubro, 2005, Anonymous said... toma cuidad...At 30 Outubro, 2005, Anonymous said... <BR/>toma cuidado. Algumas bandas que você cia como pós-punk são pré-punk, como o Pere Ubu e os Stranglers. Além disso, punk americano e punk inglês são historicamente muito diferentes e , sinto muito, não dá pra colocar o b52 nesse molho.<BR/><BR/> <BR/>At 30 Outubro, 2005, Claudio said... <BR/>Não sei bem: alguns citam pere ubu e stranglers como pós-punk. Em todo caso, isso é apenas mais um rótulo, pois o que importa é a coisa mesma, isto é, eles estão para além do punk tradicional. E lamento muito que você não curta os dois primeiros discos do B52. Se o pop atual tivesse as guitarras desses 2 discos seria muito melhor ! Quanto às diferenças entre inglês e americano, eu realmente pensei nisso, mas não vi como enfocar a coisa do ponto de vista em que a tratei, que era contrapor um bloco a outro (música punk/hc tradicionais e o pós-punk até o pós-rock atual). Claudio<BR/><BR/> <BR/><BR/> <BR/> <BR/>At 06 Novembro, 2005, Yuri Suzano Smith said... <BR/>Cara, posso usar seu texto sobre rock alternativo para o meu trabalho de escola? Eu cito o blog e tal...<BR/><BR/>Abraços efusivos!<BR/><BR/> <BR/><BR/> <BR/>At 12 Novembro, 2005, Léo said... <BR/>Cláudio, gostei muito do texto e achei interessante o panorama que você traçou, com o qual concordo. Mas será que não poderíamos fazer algumas outras "histórias" do punk? Se focarmos no aspecto "musical", concordo com a sua descrição. Mas dando ênfase, por exemplo, às práticas, aí já não sei até que ponto poderíamos fazer essas distinções. Jawbox, por exemplo, começou na Dischord e, posteriormente, decidiu entrar para um selo mainstream. O Fugazi, por sua vez, se esforça claramente para ter um esquema fora do Mainstream, não precisando de MTV ou qualquer outro meio de comunicação. Ainda participam do mercado, a música está na forma-mercadoria, enfim, inevitável. Mas esse esforço para se construir um esquema alternativo é onde reside a força. E aí, pensando nessa perspectiva, a divisão entre punk e pós-punk acaba perdendo um pouco do valor. Quer dizer, ela define bem os estilos musicais. Mas pensando nesta idéia em se criar um esquema alternativo, o Fugazi se aproxima de muitas bandas "punk", "hardcore", ou qualquer outra identidade que queiramos dar. Enfim, só uma viagem. Me pego pensando muito à respeito disso tudo, punk e música. Muito legal a sua reflexão a respeito. Parabéns pelo texto. <BR/>Ps: te adicionei no MSN.<BR/><BR/> <BR/>At 12 Novembro, 2005, Roberto Iza Valdes said... <BR/>This post has been removed by the author.<BR/><BR/> <BR/>At 17 Novembro, 2005, Anonymous said... <BR/>De novo você se engana. esses uns que citam, estào errados. Relacionar os residents com o punk e o pós-punk é o mesmo que chamar o Churchill de comunista, desculpa, mas não dá. O be cinquenta e dois era uma banda de roque de segunda. Muita coisa pop de hoje é mais inventiva, como o Outkast. <BR/>Sobre punk tradicional versus pós-punk, acho que essa contraposiçào equivocada. Historicamente nao há nada que coloque os Sex Pistols de um lado e o wire de outro. Eles sào próximos e bandas que dialogavam. É notória a importância do John Lyndon na radicalizaçao formal do punk. Acho a interpretaçào pouco informada. Tenho certeza que serve mais para o que é feito em São Paulo do que para a história do rock. Não conheço a cidade e nem o que é feito aí, não sou capaz de julgar, mas me parece apropriado para o que é feito no país.<BR/><BR/> <BR/>At 20 Novembro, 2005, Rock Marciano said... <BR/>O problema do pós-rock não é "falta de autenticidade"...<BR/><BR/>O problema é excesso de autenticidade. Excesso dessa busca burguesa por autenticidade.<BR/><BR/>Como diria Bourdieu, "la distintion"... O pós-rock é a criação de uma casta superior no rock, de um übermanch (desculpe o meu alemão ruim e metido a besta, mas é bom para dar um gostinho da coisa). De um grupelho, uma nata, celtic frost... Um grupo de "escolhidos", de pessoas que estão por dentro e por cima. Uma nobreza, um alto clero...<BR/>Superrevolucionário, isso, heim?<BR/><BR/>Essa é a crítica-crítica que falta ser feita pelos crítico-críticos da ceninha.<BR/><BR/>(Aliás, o mesmo movimento-nata que ocorre no pós-rock ocorre em outras áreas da "contra-cultura" atual: no vegetarianismo e no anarquismo)<BR/><BR/> <BR/>At 20 Novembro, 2005, Cláudio said... <BR/>respostas e alguns comentários:<BR/><BR/>Meu critério metodológico para separar pós-punk e punk não é temporal, mas imanente à estrutura estética desenvolvida por cada banda. O punk sempre se caracterizou por uma estrutura simples, que, simplificada, é muito fácil de se tornar mercadoria, puro comércio e espetáculo. Assim, pouco importa se the clash, dead kennedys e sex pistols ou outra banda conviveram temporalmente, o que importa é o complexo musical que desenvolveram. Para mim Sex Pistols ou Ramones são porcarias que não tenho pena alguma em criticar. Seu valor como precursores não é de sua música. O que importa é a qualidade objetiva da música, o que a fez durar na audiçao coletiva. Assim também, pouco importa se jawbox entrou para um selo mainstream, pois a qualidade não mudou em nada, pelo contrário, os discos posteriores à Atlantic são os melhores da banda. <BR/><BR/>Quanto ao pós-rock, se o colega acima fosse menos precipitado e lesse o texto por inteiro, veria que as críticas aparecem em todos os segmentos: quando a forma musical se torna fórmula. E o pós-rock caiu nisso faz tempo. Por outro lado não faço a crítica leviana de que são a "nata" de qualquer coisa. Música não tem classe social. <BR/>Claudio<BR/><BR/> <BR/>At 22 Novembro, 2005, Rock Marciano said... <BR/>Recomentando:<BR/><BR/>Falei do pós-rock (meio que englobando o math rock) por esses "gêneros" estarem sendo tratados como aqueles que estão mais próximos do não-clichê.<BR/><BR/>Minha crítica, em parte, foi contra o elogio da autenticidade e da "fuga de clichês".<BR/>Essa busca por individualidade, autenticidade, etc, me parece perfeitamente moderna, burguesa, capitalista. Ela não rompe com o padrão estético burguês.<BR/><BR/>Quanto às ceninhas formarem natas e altos-cleros, grupos de entendidos, castas superiores, não estou me referindo a "classe social" no sentido batido... Estou me referindo à formação de uma elite cultural - que, no nosso caso, é bem provinciana.<BR/><BR/>Uma elite cultural Zona Oeste, que é purificada e não se mistura com os "toscos", os "massificados", e está ligada a certos equipamentos, certos pontos de encontro, aos centros culturais do Estado, às universidades da Zona Oeste (ainda que seus representantes trabalhem na USP Leste), a certas livrarias, editorias e editoras jovens e "anárquicas". <BR/><BR/>Aliás, essa elite do pós-rock (o "povo do pós-rock" é um eufemismo do Lúcio Ribeiro) pertence a uma certa classe social, no fim das contas... E, aliás (outra vez), de certo modo você não ignora isso ao dizer que o pós-rock é bom para ser tocado no escritório, para a classe média burocrática. <BR/>Eu diria que é bom para ser tocado nas salas de pesquisa, nas livrarias chiques, nos restaurantes vegans, nas galerias da R. Algusta, para uma classe média ligada à produção e ao mercado da cultura...<BR/><BR/>Pós-rock é para poucos, não é para qualquer um, não é democrático, não é igualitário, não é revolucionário no sentido vermelho da palavra.<BR/>É para quem tem bons discos em casa - como sugere o seu amigo -, é para quem tem capital cultural - como diria Bourdieu - de quem não gosto muito, mas que foi um belo crítico da sua própria condição de pertencente à elite cultural francesa (talvez por ter "vindo de fora" dela).<BR/><BR/>Beijos marciais!<BR/><BR/> <BR/>At 22 Novembro, 2005, Claudio said... <BR/>Caro "Rock Marciano", <BR/><BR/>Nunca pretendi dizer que o pós-punk ou o pós-rock sejam algo "revolucionário" ou "socialista", algo "no sentido vermelho da palavra". Aliás, nunca ouvi falar de música "socialista", a não ser o péssimo hino da Internacional. Por outro lado, a música e a arte, como esfera à parte, profissional, sempre foi algo da época burguesa. Foi isso que tornou-a independente de contextos religiosos e cotidianos imediatos, altamente repressivos da imaginação criadora. Essa especialização não é necessariamente má, pois teve historicamente um grande papel no desenvolvimento qualitativo da arte. Seu anti-elitismo, precipitado, simplesmente passa por cima dessas coisas. <BR/><BR/>Se você se concentrar na discussão da estrutura imanente da música, como eu fiz, quase todas as suas considerações caem por terra. O pós-punk e o pós-rock têm qualidades superiores em termos de experimentação face ao primitivismo musical do punk inicial (se não contra-argumente). Pouco importa a busca de distinção ou o "capital cultural" mobilizado nestes estilos. Tudo isso são considerações externas. Bandas punk inglesas que se identificavam c/ a classe trabalhadora, aliás, são artisticamente horrorosas. Podem até ter popularidade, mas têm baixa qualidade, e, por isso mesmo, terão mais o caráter de mercadoria, serão mais burguesas, do que bandas que realmente experimentam musicalmente. Por isso que, para mim, a música punk se realizou naqueles que foram a superaram. Para mim, o pós-punk e o pós-rock representam essa busca de ir além, no sentido da experimentação. Mas não esqueci de criticá-los em sua estrutura interna, quando caem no seus clichês, no seus "climas digestivos", para elevador etc. Não vejo porque isso pode torná-la menos "democrática", mais elitista etc. Isso é puro sociologismo obreirista de sua parte. Parece que somente a música que vem da massa, dos pobres ou dos vermelhos pode ser "autêntica". Em geral, isso nunca acontece. O punk, aliás, sempre foi um fenômeno classe média. Comprar guitarras, amplis, gravar etc., sempre custou caro. Que importa isso para a música em si ? Por um lado, na internet fica cada vez mais fácil buscar as bandas de todos os estilos; cada vez mais fácil é ter uma boa discoteca em casa, bastando uma boa pesquisa em sites e no soulseek. Por outro lado, o rock underground, por ser underground, já é por si próprio, anti-democrático (no sentido de estar longe do conhecimento fácil). Punk ou pós-rock, vivendo no underground (sem o apoio da grande mídia) - o acesso sempre será difícil. <BR/><BR/>Sinto que você tem mais a vontade ressentida de criticar o contexto viciado em que se cria a música em São Paulo - o Estúdio Rocha, a Zona Oeste, sei lá - no que poderia concordar - do que realmente falar de música. Neste ponto não concordo.<BR/><BR/>Claudio<BR/><BR/> <BR/>At 23 Novembro, 2005, Rock Marciano said... <BR/>Salut!<BR/><BR/>Crítica não é ressentimento, cara. <BR/>Se eu me lembro bem, quem faz esse tipo de associação é o Nietzsche, que é bem elitista.<BR/><BR/>Pois é, estamos falando de coisas diferentes, você da estrutura da música, eu da estrutura dos grupos que tocam e ouvem a música. Ainda que você também resvale na sociologia da coisa, e é por isso que eu intervi.<BR/><BR/>Minha constatação é menos relativa à música em si do que a quem tem escutado e produzido essa música, na prática, em São Paulo (mas não só: também em Curitiba, BH etc.)<BR/>Há uma certa nata, uma certa elite, tudo aquilo que eu falei. E se aponto sua existência não é por ressentimento invejoso ou algo do gênero, e sim por me sentir mal com uma contradição inerente, já que muitos nesse meio se dizem anarquistas, igualitaristas (não comem bicho morto) etc. <BR/>Tudo bem, a contradição é moderna, já que é assim, mas existem contradições e contradições.<BR/><BR/>"Bandas punk inglesas que se identificavam c/ a classe trabalhadora, aliás, são artisticamente horrorosas. Podem até ter popularidade, mas têm baixa qualidade, e, por isso mesmo, terão mais o caráter de mercadoria, serão mais burguesas, do que bandas que realmente experimentam musicalmente."<BR/><BR/>Não estou muito preocupado com essas bandas nem com a qualidade musical, mas muitas vezes a qualidade ruim é, sim, um anti-marketing.<BR/>Entretanto, relacionar qualidade ruim ao "caráter da mercadoria" é falso: vide o Free Jazz, festival de marca de cigarros que traz várias dessas bandas "difíceis de ouvir" ou "artísticas". Elas não estão fora do mercado! Elas são vendidas pelas grandes multinacionais! São comercializadas nas grandes lojas de música! Ou nas pequenas, tanto faz! Pode-se abrir um parêntese para o Fugazi, que criou sua própria gravadora e tal, mas mesmo assim a Dischord não rompe com a forma mercadoria. <BR/>Existem vários nixos e níveis de mercado. Existe a fast-food e existem os restaurantes finos. Nenhum deles rompe com a forma mercadoria.<BR/><BR/>Quanto ao acesso à internet, à pesquisa musical etc., convenhamos, isto é ainda para poucos.<BR/><BR/>Agora com o copyleft, as CC, os mp3, etc, talvez podemos achar bandas que estejam rompendo com a forma mercadoria. Mas o problema não acaba, já que o acesso aos meios de intercâmbio e uso desses novos direitos (ou esquerdos) é limitado.<BR/><BR/>Finalmente, também não estou olhando por um viés "obreirista". A questão é mais ampla...<BR/>E mais que finalmente, não é porque a busca por autenticidade burguesa foi libertadora um dia que ela continua sendo, ou que ela não seja um problema...<BR/><BR/>Também gosto de música complicada - assim como gosto de música simples -, mas não dá para negar que, ao menos no sistema em que vivemos, quanto mais a música complica, mais tendência tem a ser elitista, ainda que não haja uma associação mecânica ou direta entre uma coisa e outra.<BR/><BR/>T-xau!<BR/><BR/> <BR/>At 25 Novembro, 2005, Claudio said... <BR/>Rock M., <BR/><BR/>a estética da mercadoria é a da facilidade, a da banalidade, da glamourização, do corte de arestas de tudo que é excessivo ou engenhoso demais, o que exigiria um receptor ativo, cheio de concentração, perspicácia, paciência etc. O anti-elitismo é constitutivo de toda a indústria cultural, que é programada para atender a mentalidade cultural dum público médio na faixa de 12 anos. Criticar o elitismo abstratamente, de fora da arte, não leva a lugar algum. E, indiquei no texto como esses compositores do pós-rock não são grandissímos músicos de elite, mas apenas têm boas idéias e feeling. Nem sempre é assim, claro, pois aqueles que abusam de certa técnica, geralmente caem na mesmice.<BR/><BR/>Quanto a mim, não tenho medo do que vc chama "elitismo" na música que ainda está muito próxima do rock. Isso é uma tempestade em copo d´água. Chamar tortoise ou faraquet de "elitismo" é um exagero sem tamanho; é compará-los com algo que só iniciados poderiam entender (como na época barroca), ou talvez ainda, com a arte séria e exigente de um Schoenberg ou Beckett. Math ou post-rock são música leve, ainda que mais complicadas, mais bem pensadas e arquitetadas que o punk 4x4 com 2 ou 3 acordes simples. Se há busca de status, isso nao tem nada a ver com a música em si. Passa mais pela recepção do que pela criação em si. <BR/><BR/>ClaudioAnonymousnoreply@blogger.com